Roteiros e filhos

Em uma casa onde moram artistas, quase todas as conversas são dotadas de uma profundidade que em poucos lugares é encontrada.

Ontem conversávamos sobre o meu trabalho como roteirista.

Aos meus eternos questionamentos sobre a mensagem, a construção minuciosa dos personagens e o apego ao que foi escrito, meu marido fez a comparação com a criação de um filho: você gera e cria o roteiro, lapidando com as ferramentas que você tem; Mas, em certo momento, você precisa deixá-lo partir e confiar no trabalho que fez.

E isso abriu minha mente.

Soltar sua criação e permitir que ela ganhe asas e voe é muito importante, assim como o fato de estar preparada para a leitura que cada um fará do trabalho.

Cada pessoa vai enxergar os personagens, os contextos, com base em suas experiências, histórias, crenças e vivências.

E você não pode fazer nada com relação à isso.

Solte!

(E isso não é só sobre roteiros e filhos)

Kássia Luana

Kássia Luana

Escritora e empresária, atua na área de comunicação há mais de 15 anos

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