Como é ser mãe hoje

Qual a linha que separa criar um babaca e criar um ser humano livre, equilibrado e feliz? 

Atualmente, muito se fala em educação respeitosa, em ter amizade com os filhos, conversar abertamente, decidir regras em conjunto com eles.

Mas, até muito pouco tempo, não era assim…

Fui criada de forma bem severa.

E, obviamente, ao chegar à adolescência eu escolhi a rebeldia.

Passei toda adolescência e grande parte da minha vida adulta me rebelando contra qualquer tipo de autoridade, criando novas regras…

Então, depois de quebrar a cara muitas e muitas vezes, comecei a fazer terapia, estudar sobre espiritualidade, as leis do universo, fazer ressonância harmônica, me tornar terapeuta…

Aí comecei a entender meus pais, perdoar e assumir a responsabilidade sobre minha vida e minhas decisões.

Entendi que fizeram o que podiam com o que sabiam.

É um trabalho diário.

Mas algumas coisas restaram de tudo isso.

Por exemplo, o fato de eu me cobrar muito.

Muitas vezes me peguei querendo fazer tudo tão perfeitamente a ponto de atrasar anos de sonhos, como lançamento do meu primeiro livro, por não acreditar que estivesse bom o suficiente.

Mas, como saberia o que precisaria melhorar se não o lançasse?

Ou não me parabenizar por certos trabalhos por nunca achar bom o suficiente. 

Hoje isso mudou bastante, mas confesso que as vezes ainda me pego fazendo isso comigo.

Corrijo como posso. 

Sempre quis ter filhos e, finalmente, este momento incrível chegou.

E comecei a me ver querendo controlar tudo, nos mínimos detalhes.

Semana passada, por exemplo, fui visitar a escola que ele vai estudar em alguns anos, para ter certeza de que será a melhor, mais preparada… e ele só tem 6 meses… doida nesse nível! Rsrsrs

Culpa por trabalhar.

Medo de não fazer o que amo e perder minha identidade.

Aceitar ajuda e sentir culpa.

Cometer erros pequenos e se sentir a pior mãe do mundo… 

Quanto de colo dar?

Tomar refrigerante ou comer chocolate escondido pra ele não ver?

Não comer mais?

Reclamar?

Conversar?

Contratar uma babá?

Colocar na escola com 5 ou 2 anos?

Dar bico ou não?

Deixar ir acampar ou participar de viagens escolares?

Como agir na adolescência?

Já me peguei fazendo inúmeras dessas perguntas.

Já mudei de ideia 344 mil vezes e sei que vou mudar mais. 

E não, este não é um artigo com uma grande lição no final de onde você sair dizendo: vou praticar tudo isso. Tirei uma grande lição!

É um daqueles textos que só tem duas alternativas: ou você dirá "ela tá pedindo socorro?", ou "me identifico totalmente com essa doida" rsrs

A única certeza que tenho é que seguirei dando o meu melhor, todos os dias, amando e respeitando meu filho para ajudá-lo a crescer forte, saudável, produtivo e, principalmente, feliz! 

Enfim… é isso!

Kássia Luana

Kássia Luana

Escritora e empresária, atua na área de comunicação há mais de 15 anos

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