O Que As Mulheres Gostam
Lançado há quase 20 anos, considero o filme "O Que As Mulheres Gostam” muito atual. Assisti na época do lançamento e agora, com um olhar completamente diferente.
O personagem do Mel Gibson é um garoto criado sem a figura paterna, cuja mãe, uma dançarina de cabaré, tentou apresentar-lhe figuras masculinas que, na sua visão distorcida, eram fortes como ele deveria ser.
A exemplo do cafetão do local.
Ou seja, uma mãe ferida criando um filho da forma que ela aprendeu que seria o "certo".
Ele se torna um homem extremamente mimado, machista e egocêntrico.
Incapaz de escutar as mulheres ou manter com elas um relacionamento profundo, saudável e duradouro.
E isso inclui sua filha, uma adolescente de 15 anos.
Cercado de mulheres que o servem o tempo inteiro, assim como sua mãe e as colegas de trabalho dela.
Na cabeça dele, a vida estava caminhando com perfeição… sexo, um bom emprego, a ex casada, sua filha praticamente criada…
Até que a empresa decide colocar na direção de criação, cargo que ele almejava, uma mulher.
A ideia era atrair o público feminino.
Mas, como um homem que não sabia nada sobre as mulheres seria capaz de vender para elas?
Em um incidente, ele ganha um super poder: ouvir o pensamento das mulheres.
À partir daí, ele entra em um mundo completamente diferente do que estava habituado e, o que parecia assustador, torna-se uma arma.
Ele descobre que, enquanto acreditava ser "o máximo" agia como um total imbecil.
O filme trata, de forma bem humorada, de machismo, objetificação da mulher, amadurecimento, mas também sobre o hábito que muitas de nós temos de agir de forma incoerente com o que pensamos e sentimos, desejando que o outro adivinhe o que queremos.
Apesar do filme ter um final duvidoso (colocando a mulher como salvadora do homem) vale assistir, pensar e dar boas risadas, reconhecendo o personagem em pessoas muito próximas, inclusive.